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Burocracia do HGV dificulta tratamento de cardíacos, denuncia médico


Mortes em decorrência de problemas cardíacos cada vez mais ocupam as páginas dos meios de comunicação, assuntado os populares e acabam por transmitir a imagem, de que o número de vítima desta doença está aumentando, mas o presidente da Associação Brasileira de Cardiologia do Piauí, Ricardo Lobo, afirma que está não é uma realidade do país.

“O problema é que estes casos estão sendo mais transmitidos. Existe sim um aumento, mas entre a classe mais pobre, que por causa da barreira burocrática ficam até 10 dias sem atendimento”, esclareceu o presidente da associação.

O médico relatou que os últimos gestores do estado implantaram um processo burocrático que impossibilita o atendimento imediato de doentes cardíacos de baixa renda. Para ele, a demora nos procedimentos cirúrgicos podem levar o paciente a óbito antes mesmo do paciente conseguir ser atendido pelos médicos.

“Primeiro a pessoas vão ao Hospital de Getúlio Vargas (HGV), onde é encaminhado para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Lá ele fica nos corredores por uns dois ou três dias, depois volta para HGV e como lá não tem aparelho, solicita ao SUS, que demora mais dois dias para autorizar. Posteriormente, o paciente é encaminhado para um hospital associado, após ser comprovada a doença, demora mais dois dias para os SUS autorizar novamente o procedimento”, explicou.

Após relatar toda a trajetória do paciente cardíaco, o médico explica que raros são os casos dos pacientes que sobrevivem ao processo burocrático, para ele a reforma do HGV não modernizou em nada os processos, mas sim atrapalhou, pois apenas mudou o serviço de emergência para outro endereço, que atualmente funciona do HUT.

Prevenção
Para Ricardo Lobo a prevenção continua a ser o motivo de muitas vidas serem salvas. “Pessoas com mais de 40 anos precisam ir pelo menos uma vez ao ano ao cardiologista para fazer todos os exames, para verificar taxas, além do teste ergométrico”, disse o médico.

Com relação à ocorrência de doença em pessoas jovens, o presidente da associação esclarece que estes casos são exceções e que pessoas com histórico de doentes cardíacos precisam procurar os especialistas cardíacos pelo menos de cinco em cinco anos.

Na intenção de realizar medidas preventivas, a associação realiza trabalhos para alertar a população. “Em abril vamos fazer o Dia da Hipertensão para conscientizar a população, essa medida vai ser realizada em alguns pontos da cidade e ter uma ideia da quantidade de cardíacos por amostragem”, informou o médico.





fonte:portalaz