Sem milho, pequenos criadores do Piauí amargam com prejuízos

"Nós
recebemos apenas a cota de milho do mês de junho. De lá para cá, a
diretoria da Conab apenas promete a regularização do estoque de milho
para a quinzena ou mês seguinte e isso nunca acontece", afirmou José
Salu, presidente da Associação de Criadores e Produtores de Leite da
cidade de Cocal.
De acordo com José Salu, a demanda mensal de
milho para alimentar os animais é de 60 mil quilos. "Essa quantidade não
é a ideal, mas é o que con-sideramos pelo menos razoável para manter os
animais e garantir a produção. No entanto, o que recebemos apenas no
mês de junho foi apenas 38 mil quilos", explicou ele.
O
produtor afirma ainda que, apesar da situação difícil, muitos
fazendeiros estão comprando milho de revendedores atacadistas e pequenos
armazéns. "Nós estamos fazendo isso para tentar diminuir os prejuízos,
mas não temos condições de continuar comprando. É uma situação
insustentável", disse.
PROGRAMA - O programa Vendas em Balcão
é da Companhia Nacional de Abastecimento cujo objetivo é permitir o
acesso dos criadores e das agroindústrias de pequeno porte, por meio da
venda direta dos estoques públicos de diferentes produtos agrícolas,
tais como, milho, arroz em casca, trigo e castanha, entre outros.
Ele
tem como clientes os pequenos criadores de aves, suínos, bovinos,
caprinos entre outros, incluindo as microagro-indústrias de
beneficiamento e a produção de ração.
Através do programa, os criadores e produtores conseguem adquirir o produto a preços acessíveis.
Devido
a falta de grãos na Conab, os produtores ficam impossibilitados de
comprar os produtos com um valor abaixo do preço de mercado.
Segundo
José Salu, um saco de milho, com 60 kg, custa de R$ 40 a R$ 50. Se
houvesse abastecimento regular de grãos, através do subsídio do Governo,
por meio da Conab, os produtores poderiam comprar essa mesma quantidade
por apenas R$ 24. Os prejuízos afetam a criação dos animais.
fonte: diário do povo