Pacientes com AIDS levam até três meses para marcar consulta no PI
Hospital Natan Portela conta com apenas quatro infectologistas.
Categoria denuncia também péssima qualidade dos equipamentos.
Os casos de AIDS têm avançado no estado do Piauí nos últimos anos. De
495 novos registros em 2012, o número aumentou para 592 descobertas de
infecções pelo vírus. Além do nítido avanço da doença, as dificuldades
dos pacientes piauienses também têm aumentado na mesma proporção, como é
o caso do público atendido pelo Instituto de Doenças Tropicais Natan
Portela, em Teresina, que apresenta problemas para atender a demanda.
Segundo recomendação do Ministério da Saúde, devem ser feitos entre
oito e 10 atendimentos por médico, uma vez que as consultas relacionadas
ao vírus da AIDS exigem cuidados minuciosos. O que acontece no Hospital
Natan Portela é, que devido à grande procura, os profissionais
infectologistas, que são apenas quatro, chegam a atender até 12
pacientes por dia, e mesmo assim as filas para consultas apresentam até
três meses de espera.
De acordo com a infectologista e diretora do hospital Elna Amaral, a
instituição continua sendo referência dentro da área no Piauí, mas
devido à grande procura, inclusive por pacientes de outros estados, o
número de médicos disponíveis acaba sendo insuficiente e a formação de
filas de espera acaba sendo inevitável.
“A fila é realmente muito grande. Nós somos um hospital de referência
no estado do Piauí e contamos com o Lineu Araújo para ajudar com os
casos de Teresina, mas aqueles do interior do estado ficam no Natan
Portela, e acabamos absorvendo casos do Maranhão, do Pará e do
Tocantins, e a quantidade de médicos passa a ser insuficiente para
atender a demanda dos que permanecem bem, mas que precisam estar em
constante consulta médica e os que estão chegando”, conta.
Além dos problemas relacionados ao atendimento, o sindicato dos
servidores da saúde denuncia também a precariedade dos equipamentos de
uso médico, que estariam abaixo da qualidade necessária aos serviços
prestados. Edna Alves, a presidente do sindicato ressalta as
dificuldades diárias na unidade.
“Só temos quatro médicos fazendo o atendimento e são 12 consultas por
dia. Existe material para trabalhar, mas é de péssima qualidade. Muitas
vezes você calça uma luva e ela rasga. Se calçam até quatro luvas para
conseguir uma que vai dar certo. Temos também as seringas que não
acoplam com as agulhas”, descreve.
Segundo a secretaria estadual de saúde, o hospital desconhece o
problema com os equipamentos, mas admite que o número de profissionais é
baixo para a demanda, havendo a necessidade de um novo concurso público
para suprir a carência.
fonte:G1piaui