Floriano terá base de apoio para catadores de material reciclável
Preservar
o meio ambiente e promover a geração de empregos, esses são os
objetivos da Secretaria Estadual do Trabalho e Empreendedorismo que
investirá, em 2013, R$ 14 milhões para tratar resíduos sólidos através
da inclusão produtiva. Os recursos foram obtidos junto à Secretaria
Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego.
Até
2014, os depósitos de lixo a céu aberto que não dispõem de sistema de
proteção ambiental adequado, conhecidos como lixões, devem ser
erradicados e substituídos por aterros sanitários adequados para o
manejo e depósito de rejeitos, segundo a Lei 12 305 da Política Nacional
de Resíduos Sólidos.
“Para
a primeira etapa, a Setre conta com R$ 7 milhões. O passo inicial é
mapear o Piauí observando o porte dos lixões existentes, o número de
pessoas que trabalham nesses espaços para diagnosticar e fomentar
cooperativas de catadores de lixos e de resíduos sólidos”, explicou
Larissa Maia, secretária do Trabalho e Empreendedorismo do Piauí.
Elaine
Silva, doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente na Universidade
Federal do Piauí e pesquisadora das questões sobre resíduos sólidos,
afirma que além de fomentar as cooperativas é necessário que haja
investimentos na infraestrutura. “É importante mencionar que junto com
os incentivos para a criação de cooperativas, devem vir acompanhados de
infraestrutura física adequada, equipamentos e treinamentos no manuseio
dos resíduos e na operação das máquinas”, disse.
Para
atender a essa demanda de maquinário, mais R$ 7 milhões serão
investidos. “Os recursos já assegurados serão utilizados ainda na compra
de equipamentos para a coleta seletiva de resíduos sólidos, além de
capacitações, qualificações para que a cidade de Picos sedie a primeira
unidade de reciclagem oficial do Piauí e sirva de exemplo para outros
municípios”, destacou Larissa Maia.
Este
projeto do Governo do Piauí, intitulado Incubadora de Talentos, terá
duração de 36 meses e deve gerar 300 empreendimentos econômicos
solidários, envolver e capacitar três mil famílias, totalizando 15 mil
pessoas. “O Centro de Incubação será em Picos, mas os municípios de
Teresina, Floriano, Piripiri e Parnaíba contarão com bases de apoio a
esse Centro para dá suporte aos catadores de material reciclável e
resíduos sólidos em cada um dos territórios”, disse Larissa Maia.
A
previsão é que já em janeiro de 2013 tenha início a fase do
diagnóstico, com a consultoria especializada multidisciplinar que
resultará no mapeamento da situação dos lixões do Piauí. “Em 2013, o
Piauí encara o problema da sustentabilidade a partir da inclusão da
economia solidária, da economia produtiva, o que nos trará grandes
ganhos”, finalizou a secretária do Trabalho e Empreendedorismo.
A
pesquisadora Elaine Silva pontua ainda a importância de ações como
essas, mas destaca a necessidade do envolvimento de toda a sociedade.
“Todos nós, fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes,
consumidores, titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de
manejo de resíduos sólidos, somos responsáveis em maior ou menor grau
pelo ciclo de vida dos produtos”.
Política Nacional de Resíduos Sólidos
Com
o intuito de conscientizar a sociedade e criar uma legislação para que o
poder público proporcione uma solução para o lixo urbano, foi
promulgada em 2 de agosto de 2010, a Política Nacional de Resíduos
Sólidos. A partir desta, os municípios devem realizar um gerenciamento
integrado do lixo que envolverá reciclagem e disposição dos dejetos em
aterros que sigam critérios ambientais, uma vez que os lixões deverão
ser erradicados no período de quatro anos.
Através
desta política, catadores e cooperativas serão beneficiados, pois estes
poderão ser contratados e capacitados, a fim de melhorar e aumentar a
qualidade da matéria-prima reciclada. Com essa legislação os fabricantes
e distribuidores de produtos serão responsabilizados pelos materiais
produzidos, assim como o seu destino final, configurando assim a
logística reversa, que consiste na recuperação de materiais após o uso.
A
política visa ainda uma mudança de hábitos do cidadão. Este deverá
realizar coleta seletiva em sua casa separando o material seco (como
plástico, papel, vidro), do material úmido (lixo orgânico), assim a
parte seca será destinada a cooperativas e a parte úmida deverá ser
encaminhada para os aterros sanitários onde deverão ser transformados em
adubo pela compostagem. O consumidor deverá ainda devolver os produtos
eletrônicos fora de uso para os seus fabricantes, evitando assim a
poluição.
fonte:piauinoticias