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Barras: prefeito critica hospital sucateado e investe R$ 400 mil em carnaval

O prefeito Edílson Sérvolo esteve dia (25)  pela manhã no Hospital Municipal Leônidas Melo, acompanhado do Secretário Municipal de Administração e Planejamento Joaquim Lucas Furtado e do Secretário de Obras Agnaldo. 
A visita foi motivada  para que o prefeito conhecesse de perto a atual estrutura física e administrativa do único hospital de Barras, 45 mil habitantes.
Após andar nas dependências de todo o hospital, o prefeito reconheceu que apesar das mudanças que já são visíveis durante a sua administração, muito ainda precisa ser feito para que Barras tenha um hospital público com tratamento humanizado e atendimento básico aos que necessitam dos serviços prestados por ele.
O prefeito falou também da necessidade e expectativa do Governo do Estado voltar a assumir o controle do hospital, tendo como justificativa a situação em que sua administração recebeu o mesmo da administração do ex-prefeito Francisco Marques, assim como a questão do suporte financeiro que a prefeitura não dispõe para manter o hospital funcionando de forma adequada.
Logo após a visita do chefe do executivo, o secretário de saúde Antonio Carlos, acompanhado de membros do Conselho Estadual de Saúde também visitaram as dependências do hospital em Barras. Os membros do conselho se disseram chocados com a atual situação física do hospital, no que se refere ao seu estado de conservação, principalmente o centro cirúrgico; relataram também a situação do estoque de material para atendimentos básicos de saúde a situação financeira, e o montante de débitos contraídos por gestões passadas do hospital.
Quando da rede estadual de saúde o Hospital Leônidas Melo tinha status regional. O então governador Wellington Dias (PT) para tirar o peso financeiro que muitos hospitais causavam para sua administração, "empolgou" os então prefeitos e passou para os municípios muitos deles, dentre os quais o de Barras. À época a saúde financeira do Leônidas Melo era muito boa e o Estado repassava uma média de R$ 280 mil mensais para casa de saúde barrense. 
Municipalizado, o hospital passou a agonizar na administração do ex-prefeito Manim Rego (PSB), onde foi totalmente sucateado, sendo que a bomba estourou nas mãos do prefeito seguinte, Francisco Marques (PMDB), que também passou a dar pouca importância ao hospital que nos últimos meses recebia da prefeitura apenas R$ 90 mil, enquanto sua folha de pagamento funcional chegava aos R$ 120 mil.
Mesmo com as críticas ao Hospital Municipal Leônidas Melo, que está sucateado financeiramente e administrativamente, o prefeito Edílson Sérvolo irá investir cerca de R$ 400 mil em quatro dias de carnaval em Barras! Uma aberração e irresponsabilidade. Em Barras o povo não quer circo quer é saúde, educação, saneamento básico e decência com as coisas e causas públicas.
O editor do portal Tribuna de Barras, jornalista Reinaldo Barros Torres, relata que no dia 8 de Janeiro deste ano passou o pior dia da sua vida. Sua mãe ficou internada no Leônidas Melo das 1:30 horas da manhã às 23:30 horas. 
Diz o jornalista: "Minha mãe sofria muito, com apenas 38 Kg tinha caimbras violentas na perna direita e no braço direito a aproximadamente de 8 em 8 minutos. Num balão de oxigênio ela não conseguia falar e o atendimento só melhorou quando houve a intervenção do Secretário de Administração da PMB, Joaquim Lucas Furtado que disse para os empregados que "ali estava uma pessoa que para ele era como uma irmã, que queria o melhor tratamento para ela".
Minha mãe foi colocada num apartamento onde a cama estava suja de poeira e sangue de outros pacientes internados há dias, tive que comprar álcool a gaze para limpar a cama pois o hospital não possuía; comprei ainda detergente para limpar o chão sujo, sabonete e papel higiênico. 
Vi minha mãe morrendo aos poucos e o hospital sem a mínima condição de dar a ela um atendimento e conforto maior, até no prontuário médico estava  escrito que minha mãe estava com câncer e estranhei quando um dos médicos me pediu para ir a Teresina comprar morfina porque o hospital não possuía e nas farmácias de Barras não havia essa droga para vender! Foi quando eu disse para o médico que minha mãe estava com alto grau de desnutrição e desidratação, que não era 
Às 23:30 horas solicitamos uma ambulância para levar minha mãe urgentemente para Teresina. No hospital haviam duas ambulâncias: uma quebrada há mais de um mês e a outra em estado bom de funcionamento mas extremamente utilizada. Saí com minha mãe para Teresina na dita ambulância, ela no balão de oxigênio, sem nenhuma enfermeira acompanhando, somente o motorista conosco, chovendo muito e uma "goteira" no teto da ambulância com água caindo sobre minha mãe. Apesar de todo o sofrimento agradeço aos profissionais do hospital, pois fizeram o que puderam. 
Tive informações também que nos últimos 9 anos todos os aparelhos de ar-condicionado do hospital foram roubados; no apartamento de minha mãe só tinha o buraco aberto onde era colocado um ar-condicionado, nem ventilador o hospital tem para os pacientes, tivemos que pedir emprestado um ventilador numa casa vizinha. Ao conversar com umas enfermeiras elas foram taxativas: "aqui não tem nada que preste, você ver marcas de vômitos nas paredes, o hospital é muito sujo meu caro, se você não comprar material de limpeza sua mãezinha vai continuar nessa 
O secretário de administração Joaquim Lucas Furtado também nos disse que "encontramos gente vendendo pastel e dim-dim dentro das enfermarias e até para empregados dentro do centro cirúrgico", o que foi negado pela ex-diretora Maria Torres, minha tia paterna, presente no local. Presenciei ainda que as camas não tinham coxas, travesseiros e fronhas, os pacientes eram obrigados a trazerem de suas casas esses materiais que deveriam ser exclusivos do hospital. Os enfermeiros e demais funcionários do hospital não usam uniformes próprios, nem máscaras, toucas e luvas; um dos médicos que atendia minha mãe estava com o jaleco da faculdade onde estudou, em Teresina. 
O que nos magoa mais ainda é entender que com toda essa calamidade pública/administrativa sabemos que em nossa cidade existe Promotor de Justiça, que representa o Ministério Público, e também existe Conselho Municipal de Saúde, mas parece que esse pessoal nunca viu isso, essa irresponsabilidade das administrações do ex-prefeitos Manim Rego e Francisco Marques. O povo de Barras merece mais respeito". Finalizou Reinaldo Barros Torres.






fonte:acessepiau