Igreja repudia proposta de criar novas vagas em prisões
Para a Igreja Católica o governo deveria
elaborar políticas mais adequadas para redução da população prisional
ao invés de construir mais cadeias.
O governo está anunciando a proposta de
criação de mais 60 mil vagas nos presídios do país e a Igreja através da
sua Pastoral Carcerária reage à proposta.
A Pastoral destaca que a questão é que
pessoas que já deveriam ter sido soltas ou recebido progressão de pena
permanecem presas. Nos últimos 20 anos, a população carcerária no país
cresceu 350%, sendo a mais alta do mundo. O Brasil também foi o que mais
criou vagas no sistema prisional nos últimos anos.
Registros do Departamento Penitenciário
Nacional (Depen) revelam que em 1990 havia 60 mil vagas e neste ano há
306 mil, um aumento de 410%. Ainda assim, há um déficit de pouco mais de
208 mil vagas nas mil 312 unidades prisionais do país.
Dados da pesquisa feita pela equipe
“Direito Direito” mostram que apenas nove delitos são responsáveis por
94% dos aprisionamentos. Entre eles, o tráfico de drogas, com 125 mil
presos, e os crimes patrimoniais, como furto, roubo e estelionato, com
240 mil.
A criação de mais vagas nos presídios
também conta com um viés político e econômico. De acordo com a Pastoral
Carcerária, nos corredores do governo federal são cada vez mais
numerosas as “vozes entusiastas da privatização do sistema prisional”.
Entre os estados que já adotaram esse
modelo estão o Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Santa
Catarina e Minas Gerais. Para o coordenador nacional da Pastoral
Carcerária, padre Valdir João Silveira, esse tipo de gestão só beneficia
os empresários.
fonte:acessepiaui