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Amarante disputa título de Nova Maravilha do Piauí

Prepare seus sentidos para conhecer o casario histórico de Amarante (170 km de Teresina), o primeiro ponto turístico visitado pela Caravana Sete Maravilhas do Piauí, que está sendo disputado com mais 26 pontos turísticos o título de Maravilha piauiense.
São casas cobertas de azulejos florais portugueses, mas que chegaram de barco a vapor pelas águas do rio Parnaíba em Amarante vindo de Liverpool.
Casas pintadas de azul forte, amarelo e roxo. As casas construídas no século XIX têm amplos quartos, que se comunicam entre si, sem privacidade porque era a forma que os pais tinham de controlar as atividades dos filhos.
Os ladrilhos são artísticos com desenhos geométricos, flores.
Os tetos ainda preservam as linhas de carnaúba, uma palmeira freqüente na região e nas cidades vizinhas do Maranhão.
A historiadora Euzeni Dantas Nunes, da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), afirma que o conjunto arquitetônico de Amarante possui casas que tinham como função não apenas a moradia, mas também o comércio e hospedaria. 

“O conjunto arquitetônico de Amarante é uma herança de origem portuguesa, e alguns imóveis, quatro ao todo, que fogem dessa regra porque são no estilo art décor”, afirma Euzeni Dantas Nunes.
O Grupo Escolar Eduardo Ferreira é um dos prédios de art décor.
A riqueza arquitetônica de Amarante estão nos casarões com janelas bem trabalhadas e coloridas, residências com muitas janelas e portas.
Os prédios do Mercado Público e da Prefeitura de Amarante são representantes da arquitetura portuguesa da cidade.
As casas têm em suas fachadas detalhes que as embelezam. Em seus interiores. Os corredores de entrata são típicos, quase sempre divididos por arcos.
São também representante do fausto comercial que vingou em Amarante no período do Império.
Muitas casas têm áreas de repouso que eram destinadas aos escravos e bastante afastadas onde os membros das famílias. Os espaços destinados aos escravos eram simples e tinham apenas uma coberta de telha.
A preservação do casario histórico de Amarante se deve exclusivamente aos moradores, que lutam até descobrirem quem pode repor um ladrilho original ou mesmo uma janela de vidros coloridos.
“A gente procura conservar sempre as casas como elas são, mas isso acarreta em uma dificuldade muito grande porque carnaúba com o tamanho da extensão da varanda, que a gente consegue no Maranhão,porque vêm de canoa até Amarante e fica muito caro”, afirmou a proprietária da casa de azulejos, Irismar Pereira Alencar Vilarinho, que preserva a residência de uma das famílias mais tradicionais de Amarante, da qual era integrante Maria Helena, a primeira vereadora da cidade.
As casas, em sua maioria, foi construídas, de alvenaria de tijolo e adobe, com grande ocorrência de paredes de média altura. Muitas das residências barrados de chapisco e simulacros de colunas, inspiradas nas construções de origem renascentista.
Museu do Divino e Casa Odilon Nunes mostram cultura e história de Amarante
O Museu do Divino, especializado nas manifestações da Festa do Divino e da religiosidade popular em torno do Espírito Santo, e a Casa Odilon Nunes, museu criado em homenagem ao historiador piauiense, não podem deixar de ser visitados por quem visita Amarante.
No Museu do Divino estão expostas peças que reproduzem a pomba, símbolo do Espírito Santo, vestuário e bandeiras usadas na celebração da Festa do Divino.
O professor de Direito aposentado da Universidade Federal do Piauí e criador do Museu do Divino, Marcelino Barroso de Carvalho, afirmou o museu foi fundado no dia 10 de maio de 2008 e tem mais de 4 mil visitantes.
Marcelino Barroso afirma que o Museu do Divino foi criado a partir de uma coleção particular e como a Festa do Divino foi tomando vulto em Amarante as peças foram expostas e por causa do sucesso foi decido que seria uma exposição pública permanente.~
“O museu tem uma parte icnográfica com esculturas de metal, de resina, de gesso, de madeira, de ferro e de bronze e tem uma parte mais alusiva ä religiosidade popular como tambores, bandeiras e estandartes e uma coleção com mais de 20 oratórios”, declarou Marcelino Barroso.
Na Casa Odilon Nunes, o visitante pode ver fragmentos da história cotidiana de Amarante. O próprio quarto e as cadeiras da Casa de Odilkon Nunes, que revolucionou a história piauiense ao visitar os locais onde fazia pesquisa andando no lombo de cavalo como a viagem que fez de Teresina a Picos.
O museu também tem livros e fotografias do poeta de Amarante, Da Costa e Silva, como os retratos de seu casamento.
“Temos também peças que mostram o apogeu do comércio como pesos e balanças que pesavam a riqueza que vinha da Europa para a antiga capital Oeiras e da que ia de Oeiras para a Europa”, declarou o diretor da Casa Odilon Nunes, Francisco Nunes Neto, que é sobrinho do historiador.
Também existem no museu instrumentos farmacêuticos, de extração de dentes e do trabalho de enfermeira e parteira de Nazi Castro. 



Fonte:meionorte