|

Papa beatifica João Paulo II

Seis anos após sua morte, o papa João Paulo II foi proclamado beato, domingo dia 01 de maio, pelo seu sucessor, Bento XVI, em uma cerimônia assistida por 1,5 milhão de pessoas na Praça São Pedro, no Vaticano.
A multidão aplaudiu o beato durante oito minutos, e o cerimonial teve de pedir silêncio para prosseguir a missa
O papa Bento XVI abriu a procissão diante do caixão de João Paulo II, na Basílica de São Pedro, depois da beatificação. Em seguida, os cardeais beijaram o caixão, que não foi aberto. Os fiéis fizeram fila para venerar os restos mortais
ato, domingo dia 01 de maio, pelo seu sucessor, Bento XVI, em uma cerimônia assistida por 1,5 milhão de pessoas na Praça São Pedro, no Vaticano.
A multidão aplaudiu o beato durante oito minutos, e o cerimonial teve de pedir silêncio para prosseguir a missa
O papa Bento XVI abriu a procissão diante do caixão de João Paulo II, na Basílica de São Pedro, depois da beatificação. Em seguida, os cardeais beijaram o caixão, que não foi aberto. Os fiéis fizeram fila para venerar os restos mortais

"Com a nossa autoridade, concedemos que o venerável servo de Deus João Paulo II seja chamado de beato e que se possa celebrar a sua festa todos os anos, no dia 22 de outubro, nos lugares e conforme as regras estabelecidas pelo direito", declarou o pontífice. Seguiram-se oito minutos de palmas.

Na janela principal da fachada da Basílica de São Pedro, uma cortina correu devagar para mostrar um rosto sorridente e ainda cheio de juventude de João Paulo II, com uma auréola de santo aplicada em fundo de céu azul. A freira francesa Marie Simon Pierre, beneficiada pelo milagre aprovado para a beatificação, depositou junto do altar uma relíquia de seu benfeitor - uma ampola com sangue colhido no hospital, em seus últimos dias de vida.

"Giovanni Paolo, Giovanni Paolo!", gritaram os compatriotas poloneses, num entusiasmo contagiante que a multidão ecoou. A julgar pelas bandeiras vermelhas e brancas, os poloneses eram maioria na praça, cerca de 80 mil peregrinos.

As brasileiras Elinete Passos e Aparecida Aurora Cordeiro, mineiras de Teófilo Otoni, que moram na Itália, na região do Piemonte, contam que dormiram na calçada para acompanhar a cerimônia, que começou às 10h (5h, no horário de Brasília).

"Valeu a pena, porque em 1997 eu beijei a mão de João Paulo II e ganhei a bênção dele", afirmou Elinete.

Bento XVI também parecia emocionado em beatificar o seu antecessor, com quem ele trabalhou durante 23 anos. "Passaram-se já seis anos desde o dia em que nos encontrávamos nesta praça para celebrar o funeral do papa João Paulo II. Já naquele tempo, sentíamos pairar o perfume da sua santidade", afirmou o papa em sua homilia. "Ele abriu a Cristo a sociedade, a cultura, os sistemas políticos e econômicos, invertendo com a força de um gigante, uma tendência que podia parecer irreversível", acrescentou.
SANTO
Beato pode ser canonizado em anos

O papa João Paulo II pode ser canonizado "dentro de alguns anos", declarou o número dois do Vaticano, o cardeal Tarciso Bertone.

"Basta um milagre cientificamente provado e considerado como tal, (uma cura) vista como inexplicável do ponto de vista científico pela comissão médica, pela comissão teológica, assim como pelos cardeais e bispos membros da Congregação para a Causa dos Santos", afirmou o cardeal.

Durante a manhã, depois da declaração de beatificação pronunciada em polonês por Bento XVI, muitas pessoas presentes à Praça São Pedro clamaram "Santo Subito" (Santo Já), como fizeram há seis anos, durante o seu funeral.

A beatificação de João Paulo II foi realizada em tempo recorde. Geralmente, o processo começa cinco anos após a morte do candidato.

João Paulo foi beatificado no dia em que a Igreja celebra o Dia da Divina Misericórdia, que neste ano caiu no 1º de maio, coincidindo com o Dia do Trabalho, o que para muitos é uma feliz coincidência, já que o papa foi operário metalúrgico.