Gilbués comemora a 2ª Festa do Milho e maior produtividade
Segundo dados a colheita foi oito vezes maior que no ano passado na região.
Canjica, pamonha, bolo, suco de milho, milho cozido e milho assado foram
alguns dos pratos preparados pela população de Gilbués para comemorar a
2ª Festa do Milho, realizada no último dia 20, reunindo a população e
agricultores de toda a região. O evento comemora os resultados do
Projeto de Revitalização da Microbacia do Riacho Sucuruiú, conhecido
como Projeto Viva o Sucuruiú, uma parceria entre o Governo do Estado,
através da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos
(Semar), Fundação Agente e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São
Francisco e Parnaíba (Codevasf), que tem feito uma verdadeira revolução
em uma das áreas mais degradadas do Nordeste brasileiro. Os recursos
são provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no
valor de R$3 milhões.
“Na primeira fase do projeto, entre
2004 a 2008, a produção do milho saltou de 600 kg/hectare, que era
suficiente apenas para a subsistência humana, para 3.500 kg/hectare. Na
segunda fase, ainda em curso, que vai de 2009 a 2013, os agricultores
passaram a produzir uma média de 5.000 kg/hectare, volume superior à
media brasileira. A Semar mostrou, através deste projeto piloto de apoio
ao pequeno produtor que é possível não apenas recuperar o solo como
aumentar a sua produtividade”, afirmou o secretário de Meio Ambiente e
Recursos Hídricos do Piauí, Dalton Macambira.
O
projeto tem o acompanhamento técnico do Núcleo de Pesquisa de
Reconstrução de Áreas Degradadas (Nuperade), que leva aos agricultores
as técnicas que tornaram possível o cultivo do solo até pouco tempo
considerado impróprio. O horticultor Francisco Nascimento, um dos mais
entusiasmados com o projeto, diz que “Gilbués é uma prova de que com
técnicas corretas de manejo é possível transformar a realidade de uma
terra castigada. Aqui é um celeiro de desenvolvimento. Já plantamos
rabanete, cenoura, beterraba, pimentão e vários tipos de hortaliças. O
apoio desse projeto está sendo muito importante para os agricultores
locais”.
O
Nuperade tem o objetivo de apoiar estudos sobre o fenômeno da
desertificação e testar tecnologias para o controle do processo de
degradação de terras, assim como promover a recuperação de áreas
degradadas da região. É uma ação conjunta dos Ministérios do Meio
Ambiente, Agricultura, Integração Nacional e Governo do Estado do Piauí,
através da Semar. No local onde existia apenas voçoroca e solo
improdutivo devido aos garimpos, agricultura e pecuária mal conduzidas,
hoje tem horta comunitária irrigada, um viveiro com capacidade de
produzir 60 mil mudas e árvores frutíferas que beneficiam os
agricultores da região de Gilbués.
Pelo
projeto de Revitalização da microbacia do riacho Sucuruiú foi realizada
a implantação de estradas ecológicas - do trecho que liga Gilbués à
microbacia. Foram recuperados 11,927km da estrada vicinal, que liga a
sede de Gilbués à microbacia do Riacho Sucuruiú e construídas bacias de
contenção ao longo de 23,019km de estrada e construção de duas passagens
molhadas. De acordo com o professor e diretor da Fundação Agente,
Francisco Santana, as práticas adotadas têm se mostrado eficientes no
controle da erosão na região. “Esse projeto pretende multiplicar as
soluções praticadas para melhoria da qualidade ambiental, ampliando o
benefício e reduzindo a degradação, beneficiando diretamente toda
população dos 15 municípios que compõem o Núcleo”.
O
Nuperade envolve os municípios de Gilbués, Bom Jesus, Redenção do
Gurguéia, Curimatá, Avelino Lopes, Júlio Borges, Morro Cabeça no Tempo,
Parnaguá, Corrente, Cristalândia, São Gonçalo do Gurguéia, Sebastião
Barros, Barreiras do Piauí, Riacho Frio e Monte Alegre.
“É
preciso que o conjunto do governo se envolva nesse trabalho, que os
órgãos ligados ao setor primário, como Secretaria de Desenvolvimento
Rural e Emater, possa dar continuidade a este projeto iniciado pela
Semar, expandindo pra toda a região, uma ação que é de extrema
importância para o desenvolvimento dessa região”, finaliza o secretário
Dalton Macambira.
fonte:cidadeverde