Creme com efeito de botox é fonte de renda para apicultores do Piauí
Substância estimula produção de colágeno, que confere firmeza àpele.
Uma das maiores exportadoras de mel do Brasil, com sede em Araranguá, no
Sul do estado, e em Santa Luzia do Paruá (MA) e São Raimundo Nonato
(PI), enxergou na abelha uma nova fonte de renda. Além de trabalhar com
extração de mel e pólen, há dois meses a empresa explora um produto
chamado melitina, que compõe grande parte do veneno do inseto. Segundo
especialistas, a substância estimula a irrigação sanguínea, fazendo
aumentar a produção de colágeno, o reponsável pela rigidez da pele.
A
partir da melitina, cria-se uma espécie de botox na forma de creme. Não
são necessárias agulhas para a aplicação. De acordo com Cyntia Santos
da Silva, farmacêutica que desenvolveu o produto na empresa, em
Araranguá, a promessa é reduzir as linhas de expressão. "O veneno da
abelha tem efeitos terapêuticos para uso em reumatismos e dores
musculares. Embora no Brasil a Anvisa não libere o veneno como
medicamento, há pouco tempo autorizou seu uso em cosméticos", afirma.
A gerente de vendas
Katrine Darós é uma catarinense que aderiu ao uso do creme. "Estou
utilizando o produto há dois meses. Em quinze dias, vi que as marcas de
expressão diminuiram e a pele ficou mais hidratada", disse ela à RBSTV.
Para
Lissandro Silva, gerente da compania no estado, o cosmético é algo
diferenciado para quem trabalha no setor. Segundo ele, quando o
apicultor extrai pólen, deixa de trabalhar com mel. E o contrário também
vale. Porém, para trabalhar com o veneno, não é preciso eliminar nenhum
outro tipo de produção.
Ainda de acordo com
Lissandro, cada colmeia precisa de um mês de atividade para gerar um
grama da substância. Se um produtor possui 500 caixas com colmeia,
haverá 500 gramas por mês. "Nós temos uma parceria com os apicultores
aqui da região. Cedemos equipamentos e garantimos a compra.
Pagamos 50 reais por cada grama de veneno, o que representa R$ 25 mil
por mês para um produtor que possui 500 caixas", explicou ele ao G1. De
acordo com o gerente, o faturamento com o veneno representa mais do que o
dobro de uma produção de mel ou pólen.
A empresa que tem sede em Santa Catarina, Maranhã e Piauí trabalha com a melitina há dois meses e já vende
o produto em todo o Brasil, além de possuir loja virtual. Os principais
clientes são estabelecimentos que atuam na área de produtos naturais e
farmácias homeopáticas. "Entramos no mercado com a demanda praticamente
pronta. Consumidores vinham nos ligando e questionando. A procura tende a
aumentar", ressalta Lissandro.
fonte:portalodia