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Governo federal vai comprar cabras e ovelhas criadas por produtores rurais que sofrem com a seca.



O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) realizou quinta-feira (27) a primeira operação de compra pelo governo federal de caprinos e ovinos criados por famílias de agricultores. A entrega de cem animais, criados por produtores locais, foi feita em um abatedouro no município de Parnamirim (PE), a 573 quilômetros de Recife. A secretária nacional de Seguraa Alimentar e Nutricional do MDS, Maya Takagi, destacou, durante a solenidade, o esforço para ajudar as famílias atingidas pela pior seca dos últimos 40 anos. “O governo não mediu esforços para chegar a uma solução. E essa operação é mais um ensinamento para o governo federal de que o sertanejo sabe manejar os recursos.”

A entrega marca o laamento de uma ação especial do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), na modalidade Compra Direta, que permite a comercialização, até dezembro deste ano, de ovinos e caprinos por famílias de agricultores atingidas pela estiagem na região abrangida pela Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).

Segundo Maya, a ação permite que os produtores obtenham um preço justo. “Hoje, o PAA compra mais de duzentos itens produzidos por famílias de agricultores, garantindo sustentabilidade, renda e alimentação a elas e às pessoas que recebem esses produtos.” No Plano Brasil Sem Miséria, o PAA foi fortalecido no eixo de inclusão produtiva rural. “Nossa meta é chegar a mais 400 mil agricultores”, ressaltou a secretária.

Para a operação especial de compra de ovinos e caprinos, o grupo gestor do programa editou resolução fixando em R$ 6,65 o valor a ser pago por quilo para a aquisição de animais vivos. Esse valor foi definido após pesquisa de mercado feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em conjunto com o governo de Pernambuco, estado que vai iniciar a operação especial do programa.

Estiagem – Neste ano, a seca prolongada no Semiárido pernambucano deixou 96 municípios em situação de emergência e provocou elevados prejuízos para a produção rural, especialmente os criadores de ovinos e caprinos. Por causa da escassez de alimentos e de água, houve aumento acima da média na oferta de animais para abate, inclusive com descarte de matrizes pelos agricultores familiares. Como resultado, o preço da carne caiu e o mercado se desestabilizou, o que prejudicou ainda mais os pequenos criadores, que têm nessa atividade sua única ou principal fonte de renda.

A agricultora Maria Aparecida da Silva, que fez a entrega dos animais no abatedouro, representando as famílias beneficiadas pelo programa, comparou a seca deste ano com a de épocas anteriores. “Os trabalhadores ruraisenfrentaram muitas dificuldades por causa da estiagem. Cidades foram saqueadas e pessoas passaram fome”, lembra. “Hoje a seca é grave, mas não há essas manifestações. Temos mais programas para solucionar os problemas e podemos dizer queavaamos ao longo dos anos. Este governo também é da luta do povo, nós sentimos a diferea.”

Maria Aparecida aposta na união entre governo e população para enfrentar a seca deste ano e também os problemas futuros causados pela estiagem. “Sabemos que vamos ter outra seca em 2013 e precisamos sentar, governo e população, para manter o nosso rebanho. Somos produtores, agricultores e vamos lutar para que população e governo atuem de mãos dadas, como hoje, e para que possamos, um dia, dizer que não temos mais miséria.”

O secretário executivo de Agricultura Familiar do Estado de Pernambuco, Aldo Santos, elogiou a rapidez da ação especial do PAA. “O programa vai regular o mercado da região e, mais que isso, essa carne está indo para as creches e asilos, lugares que mais precisam. Os produtores enfrentarão a seca de uma forma diferente”, disse.

O público-alvo da ação especial em Pernambuco é formado por quase dez mil famílias pobres e extremamente pobres, que têm rebanho de até 50 cabeças de animais adultos. O investimento do governo federal será de R$ 30 milhões. Além de Pernambuco, a medida vale também para os outros estados abrangidos pela região da Sudene.

A contrapartida dos estados sea identificação e organização dos pontos de recebimento dos animais e seu transporte até os abatedouros. Para a entrega dos animais nos municípios atendidos pela operação, será usada a estrutura das feiras locais e de parques de exposição. O abate e a distribuição serão de responsabilidade dos abatedouros contratados pela Conab.










Fonte:Ascom/MDS